quarta-feira, 23 de junho de 2010

Correndo por entre papel

Os livros são baús de tesouros, com palavras de diamante e ensinamentos de madre pérola, onde eu não posos deixar de encara como um espelho as tantas páginas nas quais o baú se decompõe. 
Veronika, em Veronika Decide Morrer, Maria em Onze Minutos, Leslie em A Menina Que Roubava Livros, Isadora em Medo de Voar. Fujo desses reflexos comuns que os vidros tratados mostram e me enxergo através do livro aberto nas mãos, onde mergulho e nado incansavelmente. Invado e recrio os mundos das folhas, é tão menos complicado assim, assim vendo tudo mais claro com uma atuação barata, um elenco pobre de palavras e esses apertos infinitos no peito, no estômago, no pulso cansado de escrever. 
E não canso de escrever, é ele que cansa de mim, eu só canso de escrever tanto e não dizer nada, pelo que sinto posso deduzir que expressar pode até ser difícil ou impossível e fico meio feliz de conseguir passar por essas barreiras de mim mesma, mesmo que seja não tão excitante assim. 
Aliás, eu só queria mesmo é colocar aqui algo, e esse algo surgiu na aula de Educação Física, onde não faço nada, por licença médica. Parece que o meu corpo está cansando de mim, se definhando sozinho e feliz enquanto eu acabo aqui, no mesmo ponto, com medo de encarar mais uma leitura e encontrar coisas minhas que vão muito além daquelas palavras. Encontro-me nas entrelinhas de qualquer leitura, acabo comigo mesma a cada noite sozinha.

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