segunda-feira, 26 de julho de 2010

Tirando o pó

Quero que sintam como eu sinto.
Quando alguém tocar tua nuca com os dedos frios, quando alguém olhar pra ti e sorrir como criança, quando alguém estralar os dedos, quando alguém pular em você, quando alguém dedilhar uma música no violão, quando alguém sussurar, quando alguém mexer no teu cabelo, quando alguém gritar bem alto uma frase sem nexo, quando lembrar de filmes infantis, quando assistir Juno ou John e June, quando alguém for muito masculino.
Preciso disto. Do carinho, dos toques, dos beijos, dos cheiros, dos sorrisos, dos olhares, do silêncio. Preciso. Os pedaços do meu coração ficam com mais aparência de um a cada vez que fecho os olhos, lembro e elas descem pelas bochechas.
Eu as deixei vir, as deixei inundar meus olhos e rolarem pela face, as deixei lavar as coisas ruins e marcar as boas e logo, elas se trancarão de novo. Por enquanto não cessam. Sinto como se não fosse desabar, pois já sou as ruínas, sinto como se fosse um transe, para a volta, para reviver a maldade real. Para voltar a ser. Real e má. Com boas lembranças no quebra-cabeça que é o coração.

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