sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Curto

E eu que me criei a esses modos tão mutáveis e essa boca tão fraca em questão de mentira e esses pés tão andantes e esse rosto tão cansado; eu que me criei antes do abrir dos lábios e depois da última lágrima; eu, eu continuo forte.
Dessa vez não se trata de consciência interna, mas de estímulo externo, caro leitor. Falo sobre a conspiração, melhor, da noção dos bons atos uma vez que me deixei absorver a carícia durante a surra que levo da vida todo miserável dia, falo sobre a delícia que é respirar uma vez que o estômago foi atingido. Eu falo sobre o sabor de ser alguém após a derrota.
Digo mais, que a dor lhe mostrará como agir sobre a maior parte dos acontecimentos e que, uma vez sentida, voê anseia por mais. Não, não é desejo audacioso, podemos encara como a sede de um sentimento que desperte. (E cá estou divagando novamente sobre dor.)
Pois bem, me traga algo - não é preciso que valha muito - pelo qual eu possa viver e morrer, e será abençoado pelo meu agradecimento momentâneo. Efêmero pois, após certo tempo minha tendência é cansar; deixar de lado isso pelo qual eu mataria e procurar outras coisas para dedicar minhas pobres palavras.
Saiba, grande parte das ações humanas giram em torno do próprio ego, o que me deixa perplexa. Somos todos tão ferrados e estamos todos mais que destinado ao inferno, que, isso não é menos que encenação para a vida após a morte. Entenda: um enorme e praticamente incorrigível erro da humanidade é a descrença. E uma mentalidade que reina sobre nós é a incapacidade, assim, temos que colocar esforço em nós mesmos para que, após a crença em si ter criado raíz, podermos interagir socialmente sem medos ou repulsas.
Comigo é diferente, mas isso merece atenção posterior - quem sabe tardia -, já que agora o vento já me bagunçou e resfriou o suficiente. Deixo a lapiseira e o papel para enfrentar rotina adolescente, deixo palavras e ideias complexas para me enfiar em classes de aula e ainda deixo um pouco do esforço aqui, prostado em folha de papel e página virtual, para não dizerem que não tentei.

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