quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Poema 95

O teu cheiro de canela não me sai da mente
Agora que esvaiu da tua camiseta
Essa saudade beira o latente
E não mais esforço para que te esqueça
---
Eu penso que seria mais fácil
Mas acabo sempre voltando à você
Não é que seja mais prático
É que na nossa ligação há poder
---
Quero ao menos sonhar contigo
Pois é tudo cinza sem teu calor
Eu espero que se agarre à isto
Como eu que sou inteira amor

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Poema 94

Acordei pensando na minha morte
E como escrever a maldita carta
Não é que eu não seja mais forte
Só estou cansada e farta
---
Eu escreveria que o amei como nunca
Que você iluminou meus caminhos
Que era por ti cada dia a mais de luta
E que meu coração dói de falta do teu carinho
---
Eu assumiria do ato a culpa
E mesmo morta sentiria por você
A angústia da minha dor que te machuca
E a saudade de quem não mais se pode ter
---
O azar ou a sorte é que me falta coragem
Mas ao mesmo tempo me sobra sentimento
Então eu enfrento a cruel saudade
E espero enquanto lamento o tempo

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Poema 93

Sem apoio eu me negligencio
Sinto-me quase uma criança
Daquelas que sem supervisão mergulham num rio
Sem saber nadar e apenas com esperança
---
O meu instinto de autodestruição é maior
Que qualquer carinho ou conselho
Eu penso que não posso ficar pior
E então estou dirigindo sem freio
---
Não é motivo de orgulho ser assim
E nem ao menos quero encarar
Fujo mas acabo de novo dentro de mim
Chorando feridas que insistem em sangrar

domingo, 28 de agosto de 2016

Poema 92

Eu sinto muito não ser tão forte
E passar dias e noites chorando
Não há nada que eu queira mais que a sorte
De continuar vivendo sem o mundo desabando
---
Tomei toda a culpa pra mim
E lembrar dói demais
Não entendo como as coisas ruins
Podem me engolir e tiram minha paz
---
Mas eu luto mesmo que em silêncio
Pois te ter é mais importante
E mesmo que eu viva em guerra por dentro
Espero que contigo seja constante

sábado, 27 de agosto de 2016

Poema 91

Você se lembra da primeira vez em que me viu
E seu rosto brilhou e seu abraço me apertou
E como na tarde uma hora a mais surgiu
Mas nem todo carinho você me mostrou?
---
Você se lembra de quando nós matamos a vontade
E inesperadamente ela cresceu?
E como naquela noite tão tarde
Do gozo ao choro você me acolheu?
---
Você lembra de todas as coisas ruins
Que eu te digo sobre o meu passado?
Os fatos que ainda me tiram de mim
E me fazem chorar por querer estar ao teu lado?
---
Se você não lembra, eu te digo
Cada vez que o amor falhar
Você é mais que o meu abrigo
É algo que eu nunca imaginei precisar

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Poema 90

Meu cheiro vai estar na camiseta que eu usava pra dormir
E um fio de cabelo vai surgir após semanas na tua cama
Você vai sentir falta do modo que me fazia rir
E lembrar da primeira vez em que disse que me ama
---
Você pode lembrar do jeito que eu me vestia
Ou até me mandar uma mensagem
À qual vou responder simples e fria
Mas isso não acabará com a tua vontade
---
Talvez você durma pensando no que tínhamos em comum
E talvez você lembre no que éramos diferentes
A minha memória não vai à lugar nenhum
Você não pode me deletar da sua mente
---
Então um dia alguém te beija como eu
Mas não te toca sem o pudor que eu nunca conheci
Seríamos uma história que simplesmente aconteceu,
Ou uma ponta de futuro que eu perdi?

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Poema 89

Nunca tive o desejo de uma lápide
Tenho noção da minha insignificância
Não assumi o papel de mártir
E sofro sozinha com cada lembrança
---
Não amei a vida e não amei à mim
Me odeiam aqueles à quem me doei
Perdi o manual de como ser feliz
E em cada noite, fumei e chorei
---
Que há pra mim além do inferno,
Se eu já o vivo todos os dias?
Percebi que não há nada eterno
Além da dor que pulsa fria

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Poema 88

Eu sei com queremos fugir
Pois em mim arde também
E tudo dói ao sentir
Mas há algo que ainda nos mantém
---
Não é a vontade de sofrer
Nem talvez a falta de coragem
Parece que se a gente sobreviver
Terá valido essa viagem
---
Depois do desespero outro dia amanhece
Espero que consigamos enfrentar o medo
E mesmo sendo alguéns que não se conhecem
Eu te sinto e em pensamento te acalento

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Poema 87

Quis de novo sentir teu cheiro
Mas não há como achá-lo aqui
Sinto falta do teu beijo
E das coisas que me diz antes de dormir
---
Eu não sei explicar a dor
Só lembro de tudo e isso aperta mais
Você me tem sem nenhum pudor
Em todos os sentidos só você me satisfaz
---
Te quero e te vivo como se nada existisse
Me entreguei aos planos com dedicação
Se ao menos essa noite eu te sentisse
Valeria o esforço de enfrentar a aflição

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Poema 86

Tento fugir de mim mesma com os remédios
Que deveriam me fazer sentir bem
Mas minha cabeça não suporta o tédio
E a dor e as lembranças somente vêm
---
Não sei viver com esses pesadelos
Muito menos com essa minha história
Me pergunto se é só desespero
Ou se estar em pé é uma glória
---
Tento ser forte mas tudo me atinge
Não acredito que possa me livrar
Se existe um meio de lutar, me avisem
Pois o que faço é dormir e chorar

domingo, 21 de agosto de 2016

Poema 85

Hoje não é um dia em que eu queria viver
Eu tentei escapar de pensar dormindo
Mas a minha cabeça me engole sem se conter
Minha força vai sendo testada mas se esvaindo
---
Eu não me orgulho de fugir
Porém conheço o meu potencial
Principalmente o de me destruir
Quando alguma coisa vai mal
--- 
Eu me distraio mas só queria uma folga
Não posso controlar o que não conheço
Tremo e minha alma se afoga
Minha cabeça age e eu estremeço

sábado, 20 de agosto de 2016

Poema 84

Por que os amanheceres são tão curtos? 
Não consigo respirar nessa penumbra 
Não posso enxergar o que há no fundo 
Me perco a cada nova curva 
---
Há poucas horas eu era luz 
Então a noite me engoliu 
O próprio diabo me conduz
De algum modo o que sinto é frio 
---
Como calar os demônios dentro da cabeça? 
Meu corpo já não aguenta mais 
Só espero que de novo amanheça 
Para o meu coração bater em paz 

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Poema 83

Devora-me como uma doce sobremesa 
Prova do meu gosto 
Faz-me arfar a noite inteira 
E sente o prazer no meu corpo 
---
Pensa em mim como o orgasmo
Que logo passa mas vale a pena 
Me engole quando estiver ao meu lado
Não me faz pensar além da noite intensa
---
Diz-me sobre amor e êxtase 
Pois de coisas ruins estou cheia
Faz nossos gemidos perderem-se
Enquanto loucamente me saboreia

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Poema 82

Quando me enfio embaixo do teu corpo 
Ou quando te aperto mais forte 
Quando afundo meu rosto em teu pescoço 
Procuro a onda que me deixa torpe
---
Eu não tenho esse alívio com você tão longe 
Chega a ser frustrante te procurar em outros 
Eu rezo para que mesmo assim distante 
Os sentimentos sobrevivam com nosso esforço
---
Eu mal suporto esse oceano entre nós 
Como é que você lida com a dor? 
Eu arrumo força para não desatar o nó 
Mas ainda choro à noite sem o teu calor 

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Poema 81

Troco os presentes por tua presença 
Meu corpo grita a saudade 
Me agarro somente à essa crença 
Que é igual à minha a tua vontade 
---
Tenho mais impulso que sanidade 
Lhe peço desculpas pelo imprevisto 
De fato existe entre nós uma verdade 
Que felizmente te permite lidar com isso 
---
Quer seja feliz ou em angústia 
É você que meu coração chama 
O sentimento me faz continuar a luta 
A doce força de quem ama 

terça-feira, 16 de agosto de 2016

Poema 80

Eu já fui tão destruída 
Que não tenho mais medo 
Disparo em cada corrida 
E até rio do meu desespero
---
Eu vou me entregar antes de qualquer um 
Sempre digo que amo primeiro 
Não me arrependo de modo algum 
Só que às vezes tropeço e balanceio 
---
Quase nunca sei que diabos fazer 
Por isso evito cozinhar ideias 
Afinal essa vida é só sofrer 
Mas consigo sorrir no meio dela 

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Poema 79

Quebrei alguns ossos quando criança 
Nunca tive muitas pessoas em volta 
Igrejas tem uma mágica que me encanta 
E na verdade sou toda meio torta 
---
Não possuo muitos segredos 
Pois não sei sustentar mentiras 
Mas na vida me sobra medo
E não caibo em nenhuma medida 
---
Algumas noites eu posso chorar
Mal sobrevivendo à carga 
Outros dias passo a gozar 
Já desisti de entender essa alma

domingo, 14 de agosto de 2016

Poema 78

Eu prometo cantar músicas tristes dos anos noventa 
Quando você despertar de pesadelo de madrugada 
Eu não exijo nem que me entenda 
Mas espero que sinta o quanto é amada
---
Eu prometo estar ao teu lado mesmo distante 
Quer seja um dia bom ou ruim 
Sonhando nossas fantasias mirabolantes 
Torcendo para que não esqueça de mim
---
Eu te prometo esse carinho que meu corpo grita 
Cada vez que está perto e comigo 
Eu não posso arrancar tua dor, querida 
Mas sou tão boa amante como ombro amigo 

sábado, 13 de agosto de 2016

Poema 77

Corro em círculos nesse labirinto 
Nesse que foi criado dentro de mim 
Meu peito explode tudo que sinto 
E afinal não é de tão ruim assim 
---
Vivo por palavras e beijos 
Suspiro entre lágrimas e perdas de memória 
Me dizem que faço certo desse jeito 
Mas não me enxergo através dessa história 
---
Sem saber o que fazer, eu continuo 
Cada dia dói mais ou menos 
Talvez não tenha nascido pra ter um futuro 
Portanto não enxergo nisso cabimento 

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Poema 76

Não me faço de louca 
Sou uma boba apaixonada
Eu mal tiro essa roupa 
E me torno devota à pessoa amada 
---
Eu me entrego e não caibo 
Escorro por poemas e mimos 
Sinto falta de estar ao lado 
Do companheiro repentino 
---
Quase sempre a decepção é certa 
Afinal o sofrer é o desfecho da paixão 
Eu ainda tento me manter alerta 
Mas o sentimento me toma o corpo e o coração 

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Poema 75

Os dias em que amanheço ao teu lado tem luz 
Uma diferente do sol ou da lâmpada 
Pois após a noite em que me seduz 
Eu me permito ter esperança 
---
Os dias sem você são longos 
Cada hora se arrasta sem teu toque 
Conto os minutos do próximo encontro
Mas a espera em si me consome 
---
Você me tem como tua e rainha
É impossível te tirar da minha mente 
E nos momentos em que me chama de minha 
O brilho ao dia volta novamente 

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Poema 74

Abomino quem escreve em vão 
Porque isso me liberta 
Me afasto de quem não vê razão 
No único ato que me conserta 
---
As folhas não possuem caminhos 
Pois afinal estão em branco 
Até me perco com o papel sozinho
Preencho com o coração e(m) prantos 
---
Tiro energia dessa lapiseira
E espero causar alguma reação
É que além de não ser passageira 
Escrever me ajuda com a emoção 

terça-feira, 9 de agosto de 2016

Poema 73

Lhe ofereço doces desejos de bom dia 
Massagens suaves como seda 
Meus sorrisos cheios de alegria
Mas não trago nenhuma certeza 
---
Conto as horas a te esperar 
A paciência perde para a ansiedade 
Corro sempre para te beijar 
Fugindo da minha própria insanidade 
---
Normalmente quase não tenho esperança 
Mas há algo em nós que me alimenta 
Mesmo que não haja constância 
Meu coração por ti se encanta

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Poema 72

Se teu toque me acalma 
Enquanto tua voz me inebria 
Sinto que há uma pausa 
Nessa força que me domina
---
Eu não tenho como escolher 
E quase não consigo resistir 
Minhas mais começam a tremer 
Observo a dor me consumir
---
Me perdoe pelo incômodo 
Não sou eu mesma nesses momentos 
Mas tenha certeza dos meus sonhos 
De te viver além dos tormentos 

domingo, 7 de agosto de 2016

Poema 71

Eu não tenho quase nada 
Que possa ao mundo oferecer 
Restaram-me essas palavras 
Por onde me deixo escorrer
---
Esse é meu único tesouro 
Transformar os batimentos em verso 
Mesmo que eu me perca um pouco 
Aqui estão meus pensamentos mais sinceros
---
Não sei dizer se é maldição ou dom 
Pois há sempre duas faces de algo 
O que eu sei é apenas dar o tom 
Escrever sobre o que dói ou é amado

sábado, 6 de agosto de 2016

Poema 70

Minha face é amigável 
E meu corpo seduz 
O que eles não sabem 
É que luto pra manter a luz 
---
Há dias em que realmente sou sol 
Me esforço para manter o sentimento 
Infelizmente não se conserva com formol 
Logo volto ao cotidiano tormento 
---
Já não me sinto a pessoa que pensei ser 
Quem dera voltasse ao caminho que perdi 
Para poder escapar desse eterno sofrer 
E enxergar a humanidade dentro de mim 

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Poema 69

Cada dia que desperto 
Só tenho certeza da inconstância 
Sinto pena de quem está perto 
E anseio por quem está em distância 
---
Mais do que meus próprios fantasmas 
Me apavora a ideia do incômodo 
De alguém ao conhecer minha alma 
Perceba que a salvação aqui não tem seu modo 
---
O pior é não ser capaz de controlar 
Viver à mercê de uma mente em farrapos 
Rezando para no fim do dia não chorar 
Enquanto tento juntar meus pedaços 

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Poema 68

Hoje a força me faltou 
Meu peito se abriu em dor 
O mundo desmoronou 
E deixou a pele sem calor 
---
Eu me pergunto se algum dia 
Esse inferno acabará 
Não há paz ou harmonia 
Que me incentive a continuar 
---
Enquanto eu choro entre soluços 
Minha mente me devora
Estou farta de tudo isso 
Mais ainda de desejar estar morta

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Poema 67

Você me vê com olhos que enxergam 
Muito além da pele, o meu amor 
O teu observar e modos me encantam 
Fico feliz que entre nós não há pudor 
---
Esse jeito doce de me tomar 
Ao mesmo tempo em que me leva ao êxtase 
Eu chego quase a duvidar 
Que foi real quando acaba o transe 
---
Aceito qualquer proposta que me faça 
Do teu lado cada problema voa 
Suspiro e aproveito enquanto não passa 
A sensação de que para alguém sou boa 

terça-feira, 2 de agosto de 2016

Poema 66

Desenhando um caminho com beijos 
Por entre teus ombros e pescoço 
Passando por tua barriga e peito 
Sentindo o calor do teu corpo 
---
A minha vontade é te dar o prazer 
Que exalo quando você está perto 
Você faz tudo desaparecer 
Com teu jeito simples e direto
---
Nas noites em que me encaixo em você 
São aquelas em que me sinto viva 
Eu lhe peço que me deixe te ter 
Enquanto a chama continuar ardida 

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Poema 65

Eu tenho a grande impressão 
Que não há sentido final 
Que não importe a decisão 
Eu tento só me afastar do mal 
---
Infelizmente muito me atinge 
Mas eu ainda sei colorir 
Me encanto com quem aprende 
Ao mesmo tempo lutar e sorrir 
---
De cada contrato tiro fôlego 
E afinal não é tão ruim 
Consigo respirar entre o fogo 
Moldando ao mundo e à mim